terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

ANJOS DE PÉS NO CHÃO

Nem sempre só Jesus salva. Na grande parte das vezes, são os anjos que o fazem. Seres de luz que passam no minucioso e exigente filtro de uma mini pessoa. Sabe aquela música Bigger Than My Body? Achei que era pra mim. Estava enganada. Porque Ela é, muito, MUITO maior. Sua elevação de espírito, o tamanho de Sua alma (se é que mensura-se algo assim), Sua sensibilidade para permitir os que A encostam, Seu esclarecimento assustador. Tenho a impressão de que Ela seja um semideus. Todos veem, mas nem todos tocam ou se igualam. Aliás, seria corujice minha dizer que ninguém se iguala... nem ligo. Gosto assim. Me acalmo assim. Me acalmo depois de um dia horrível. Me acalmo como num dia como hoje. Terrível. Onde você tem sérias dúvidas sobre conseguir suportar a possibilidade de nem sempre o bem vencer o mal. Pior... a possibilidade de ser tão cara de pau. Desconfio que durma em pé, porque nem a NASA inventou artefato tão eficaz a casos assim. Aí você reza. Você senta lá (ou em qualquer lugar) e reza. Reza pelos santos, pelos anjos, pela paz de espírito, pois é ela que te permite continuar. Você chora, chora, chora... chora até secar. Aí você olha pra cima e lá estão eles, como quem te passa um recado... desconfio que passaram. Me lembraram que não nos faltam anjos na Terra. Anjos de asas disfarçadas de braços fortes. Braços firmes, braços que suportam e até lutam se necessário for. São braços de abraços, braços permitidos, braços de anjo... os nossos anjos.

sábado, 21 de dezembro de 2013

LADO B

Eu já amava o verão. O calor do sol te abraçando no primeiro passo pra fora do ar condicionado na hora do almoço. A cor da pele. A vontade de fugir da cama. O banho fresco. A roupa colorida. A programação divertida. Aí, em pleno inverno, minha vida mudou. Descobri que estava grávida e virei do avesso. Ser mãe foi a parte mais fácil. Eu já era... de todo mundo. Nesse tempo, mudei, cresci, andei pra trás,  mas logo dei 5 passos a frente. Todo dia. Querendo ou não. Lá estava eu melhorando. 3 anos depois, em uma das (que suspeito ser) minhas melhores fases, fiz outra descoberta: o avesso é o meu lado certo. E que eu continue descobrindo. Que a curiosidade não me fuja. Para ser melhor.... para o meu melhor. Há 3 anos, no solstício de verão,  a palavra mais importante com A que já conheci chegou. O Lado A que me mostrou o Lado B.


segunda-feira, 29 de julho de 2013

ESPELHO DE DOIS GUMES


Aquela coisa de pontes... estou vendo que só funcionam para nos conformarmos em não ter mais algumas pessoas por perto. As que prestam, lógico, as que não, me encarreguei pessoalmente de lança-las do ponto mais alto. Fato é que você precisa estar bem. Ok alguns dias de fossa, ok se entupir de brigadeiro, ok ter mais lágrima nas veias que sangue, mas ficar triste não muda nada, talvez você ganhe dó incondicional... jogaria do alto da mesma ponte.

Um amigo me disse: "só me faça um favor: não se prive de sorrir". Dito e feito, tem horas que o sorriso transborda a gente, é incontrolável...  as lágrimas também. E você já não sabe se quer falar ou ficar quieto, não sabe se quer ouvir ou manter aquilo que você concluiu sozinho. Porque você não está bem, mas está tentando ficar. E o "quer falar sobre isso?" é como uma Kryptonita.

Não tem o que falar que baste aquela agonia. Assim como as boas palavras amigas, existem as desinformadas. São aquelas que um amigo ACHA que sabe, mas a verdade é que, quando a porta fechava, éramos só você e eu. E era ali que você se mostrava como nunca. Se mostrava como a ponte na qual eu colocaria tijolos todosantodiadaminhavida para que ela nunca acabasse. Uma ponte bifurcada, continuando com uma pista só.

Talvez eu estivesse colocando tijolos na ponte errada. Talvez tudo não tenha passado de um reflexo de água no asfalto, que fez parecer que você estava caminhando ao meu lado.





sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

AH O VERÃO...

Eu nem sei se hoje é o dia dela ou meu. Ela veio, me transformou e, quando percebi, já tinha mudado. Veio junto com o verão, para iluminar, aquecer e tornar minha vida mais divertida. Ah o verão...

Vou inveja-la sempre por ter apenas 2 anos e 3 lindos verões. A contagem por aqui é assim, nada de primaveras. E ela é igualzinha a ele: agitada, bagunçada e te faz sorrir pelo simples fato de estar sol... outra vez. Nem sempre todo dia. Não dá pra querer tudo. Mas assim como o verão, ela é a metade cheia, com uma maioria arrasadora de momentos deliciosos. Momentos tão gostosos quanto tomar sorvete, brincar na água, ficar bronzeado... quanto a vontade de sair colorido só pra combinar com o dia.

Aliás, porque todo dia é dia. Nem sempre é verão, mas é dia. Se hoje o mundo acaba, em 2012 ele mudou. Lá, há 2 solstícios de verão atrás, conheci a pessoa mais importante da minha vida. Ela me fez ver que a vida é agora, mas o futuro é logo ali. com ela, pensar nos estudos 15 anos a frente, pensar na casa 30 anos ainda mais distantes... e tudo tão perto. Perto porque as escolhas de agora, as permissões de hoje, transformarão essa criança em um adulto. Disso tudo eu não tiro grandes expectativas, apenas me empenho em ensina-la o essencial. Quem sabe assim ela não seja apenas um adulto e sim gente... decente... de caráter e respeito ímpares. Ou melhor, comuns, assim como as pessoas que estão ao nosso lado todos os dias, me ajudando a mostrar a ela a diferença entre fazer e fazer direito.



Ao meu verão particular... Feliz aniversário.

A vocês, minhas outras estações... Obrigada.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

IGUALMENTE DIFERENTE (de tudo)

Que mulher olha muito mais mulher que os próprios homens olham, isso todos já sabem. O que ninguém sabe, ou pelo menos não assume, é que está pesquisando. Seja a calça, seja o corte de cabelo, seja como NÃO usar uma roupa... Escaneiam, filtram e registram na listinha Wannabe. Bom mesmo é quando o exemplo vai além da casca.

Eu tenho uma amiga assim. Ela está longe de ser perfeita e duvido muito que queira, mas sua sede de viver, sua vontade de fazer a diferença, de ser o melhor... o seu melhor... são inspiradores.

Inspiram e fazem respirar pessoas como eu... assim, sugestionáveis, sabe? Torça o nariz enquanto eu pergunto: "Por que não?". Com tanto mundo transbordando a gente de coisas ruins ou desnecessárias, por que não se abrir pra coisas que prestem? Copie mesmo, pegue pra você o que te fizer alguém melhor. É como um cantor do The Voice (que ela ama, e chora, e transborda como eu) que escolhe aquela música batida e transforma em algo novo, mesmo que não tenha nem mudado o tom... transforma em algo seu. Foi lá, pesquisou, colocou alma e... SAIU IGUAL, MAS DIFERENTE. 

É cópia? Eu chamaria de coisa pequena dando forma a algo muito maior, mais profundo e significante. Significante, porque para a sugestão valer a pena, não basta sair por aí copiando. É muito mais que cópia, aliás nem é.  Quem espalha coisa boa quer mais é que a corrente aumente. Fazer isso é uma questão de dom, daqueles que você faz o tempo todo e nem nota. É uma questão de ter currículo... e tem! A bicha ainda transborda beleza, sorriso, personalidade, inteligência, vontade de aprender, bom gosto, fora o pacote Office avançado... já te convenci a colocá-la na listinha de coisas que agregam, né? Né nada... não vim aqui convencer ninguém....




... apenas sugerir.

 É a minha Twin, que não tem nada de parecido e ao mesmo tempo achamos uma franja que nunca cresce, um óculos verde-água e uma caveira aqui e ali só pra contrariar.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

ANJO DA GUARDA

Outro dia um amigo disse que se o choro for dos dois olhos é namoro... eu diria que é mãe. Você chora com os olhos, com toda alma e esperança que lhe resta. E dói. Dói porque sua mão está amarrada e não há nada que você fale para mudar isso. A razão até é sua, você é organizada por acreditar que isso ainda valerá de algo, mas não é bem assim. A verdade é clara, os argumentos transbordam convicção (e nem seria diferente, são verdadeiros, afinal de contas), a balança dourada anda desregulada... e não é pouco.

Aí você começa a pensar em todas as pedras que foram colocadas para barrar alguns e servir de degrau para outros... é a tal da burocracia. Acontece que, assim como em O Alienista, o prumo já foi pro saco e já não se sabe mais quem é o que. E aí você entra no saco da mesma farinha de um monte de laranjas podres. Podre quem bate, podre quem fala que apanha mais do que leva e quem fica roxa no final sou eu - a organizada.

Roxa, não... vermelha. Vermelha de tanto chorar. Controle de sódio? Pra que, quando seus olhos ardem muito além do valor diário saudável. O mesmo valor que me transborda, falta em alguns (muitos) outros. A sorte é que você realmente atrai o que emana. Aparece um anjo no meio de dezenas de pessoas em um 6500 biarticulado, um estranho, que tira um papel meio amassado da carteira, atravessa o ônibus, te entrega um cartão e diz "talvez essas palavras te tragam algum conforto".

"(...) Maria passa na frente e resolve aquilo que somos incapazes de resolver.
Tu tens poderes para isso.
Vai mãe, vai acalmando, serenando e amansando corações (...)"

Com os olhos ainda mais embaçados, olhei em volta e não encontrei o anjo que me fez catar minha alma de volta e ir trabalhar...




... porque o Bem não pode perder pro Mal.


segunda-feira, 16 de abril de 2012

OS CEGOS DO CASTELO

O PLAY, o PAUSE... tudo aquilo que a vida não te dava o direito quando a única certeza que você tinha era de que tudo mudaria. E mudou.

Mudou, inclusive a certeza. Basta um tropeço pra você pensar duas vezes antes de dar o próximo passo. Pensa duas vezes no próximo ou em milhões de besteiras distantes. Porque é assim que acontece... longe... fora de você. Sai feito um ex-gordo pouco adaptado ao novo espaço que ocupa no mundo e sai batendo pelos cantos, se machucando e machucando o outro. Ficando pesado mesmo leve, porque quem levou deixou só a parte ruim. E não importam quantos são os milhões, eles sempre serão mais que dois. Tudo o que estava aqui, tudo o que te deram, vai embora com um SEND apertado (e não volta).

Vem do nada, não avisa nem passa recibo. De repente está lá, muda tudo. De repente aquele é o seu novo número e vem alguém e muda tudo outra vez. E você se ajeita, se estica, se encolhe, até aquele novo servir... mas não serve. Não serve, porque se acostumar com menos não é algo que se peça e muito menos que se consiga. Você tenta não se contaminar, mas é uma virose das bravas... bom mesmo era o tempo das drogas.

Pior mesmo é saber como essa história termina. O PLAY, muda de nome, mas o PAUSE continua sendo seu maior desejo, como era no seu filme...




... aquele do príncipe.