quarta-feira, 22 de agosto de 2012

ANJO DA GUARDA

Outro dia um amigo disse que se o choro for dos dois olhos é namoro... eu diria que é mãe. Você chora com os olhos, com toda alma e esperança que lhe resta. E dói. Dói porque sua mão está amarrada e não há nada que você fale para mudar isso. A razão até é sua, você é organizada por acreditar que isso ainda valerá de algo, mas não é bem assim. A verdade é clara, os argumentos transbordam convicção (e nem seria diferente, são verdadeiros, afinal de contas), a balança dourada anda desregulada... e não é pouco.

Aí você começa a pensar em todas as pedras que foram colocadas para barrar alguns e servir de degrau para outros... é a tal da burocracia. Acontece que, assim como em O Alienista, o prumo já foi pro saco e já não se sabe mais quem é o que. E aí você entra no saco da mesma farinha de um monte de laranjas podres. Podre quem bate, podre quem fala que apanha mais do que leva e quem fica roxa no final sou eu - a organizada.

Roxa, não... vermelha. Vermelha de tanto chorar. Controle de sódio? Pra que, quando seus olhos ardem muito além do valor diário saudável. O mesmo valor que me transborda, falta em alguns (muitos) outros. A sorte é que você realmente atrai o que emana. Aparece um anjo no meio de dezenas de pessoas em um 6500 biarticulado, um estranho, que tira um papel meio amassado da carteira, atravessa o ônibus, te entrega um cartão e diz "talvez essas palavras te tragam algum conforto".

"(...) Maria passa na frente e resolve aquilo que somos incapazes de resolver.
Tu tens poderes para isso.
Vai mãe, vai acalmando, serenando e amansando corações (...)"

Com os olhos ainda mais embaçados, olhei em volta e não encontrei o anjo que me fez catar minha alma de volta e ir trabalhar...




... porque o Bem não pode perder pro Mal.