segunda-feira, 18 de julho de 2011

O OUTRO LADO DE CÁ

Que é mais fácil enxergar de fora, isso todo mundo está cansado de saber. Quanto menos envolvido, mais fácil de meter o bedelho. Um conselho, um palpite, como se fosse um adivinhador de vidas passadas, futuras, presentes, vizinhas... nem precisa saber a missa toda, sendo genérico, é fácil de encaixar na vida do outro.

Ter calma, dar tempo ao tempo, deixar as coisas acontecerem... tudo parece balela para um peito apertado, para uma cabeça a mil... para esses, o tempo não existe. Dependendo de quem manda, você até obedece, pois sabe que se não tem clareza das coisas naquele momento, tem quem pense por você - privilégio e serviço bem prestados apenas por aqueles que realmente te amam.

Porque você, de verdade, só quer e só sabe sentir isso...

"...Eu não quero ir embora e esperar o dia seguinte. Porque cansei dessa gente que me manda ter mais calma. E me diz que sempre tem outro dia. E me diz que eu não posso esperar nada de ninguém. E me diz que eu preciso de uma camisa de força... Se você puder sofrer comigo a loucura que é estar vivo. Se você puder passar a noite em claro comigo de tanta vontade de viver esse dia sem esperar o outro..."

...e nisso ninguém se mete. Porque outra coisa que todo mundo sabe é que ainda está para nascer a pessoa que aceite de bom grado experimentar o outro lado da moeda quando este não tem gosto bom...




...o outro lado de cá.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

TUDO JUNTO

Onde começa e onde termina. Não dá pra saber. O caminhão passou e não deu pra anotar a placa. Saber como foi é luxo de quem assiste de fora o acidente. Acidente, é isso que parece tudo o que foge de você sem que saiba de onde veio e pra onde foi. A única coisa que fica é o que se sente.

O corpo... estraçalhado. O coração... estaria BEM melhor sr tivesse vindo pedra nessa encarnação. A cabeça... pensa em tudo e em nada ao mesmo tempo. Um desconforto constante. Beira o tédio x inquietação.

Você olha o leite condensado, mas é fome. Você vai até a geladeira, mas não está afim de comer nada. Pedir alguma coisa é tarefa esquecida enquanto você roda todos os canais da TV. Pula rápido qualquer coisa que te leve em pensamento (e coração) para onde não quer. Você roda seu celular de cabo a rabo, procura alguém com quem queira realmente falar um pouquinho... ninguém. Afinal de contas, você queria mesmo é que o seu telefone tocasse. A essa altura do campeonato, você já deitou, já chorou, já se virou para todos os lados... acabou encolhido, com a sensação de que ainda seria capaz de ficar ali, quieto, triste e mais apertadinho, não fosse por questões da Física.

Dói tudo, dói no corpo, dói...


...porque separado é tudo junto e tudo junto é separado.